História da Rainha Santa Isabel
Isabel de Aragão, conhecida como a "Rainha Santa", é a padroeira da cidade de Coimbra. De dois em dois anos, concretiza-se a procissão noturna penitencial na quinta-feira, na qual a imagem da Rainha Santa é levada em braços até à Igreja de Santa Cruz, daí regressa no domingo seguinte, em procissão solene.
Figura religiosa, empreendedora e altruísta, D. Isabel de Aragão renovou a vida social, religiosa e até política da cidade de Coimbra na época. A sua família, descendente de cátaros, autorizou o casamento por procuração com El-Rei D. Dinis, quando tinha apenas 11 anos de idade. Depois de Rainha, veio viver para Coimbra, em 1282, onde viria a protagonizar o célebre "Milagre das Rosas".
Segundo a lenda, D. Isabel saiu do palácio numa manhã de inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Confrontada pelo seu esposo sobre o que transportava no regaço, a rainha terá clamado: "São rosas, Senhor! São rosas!". "Rosas, em Janeiro?", inquiriu D. Dinis. Nesse momento, a rainha expôs o regaço do seu vestido e nele havia apenas rosas, e nenhum sinal dos pães.
Apesar de nunca ter tomado os votos de Clarissa, a “Rainha dos Pobres” viveu imensamente ligada a esta ordem religiosa, que habitava o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, e escolheu ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, algo verdadeiramente inédito numa época em que reis e rainhas eram sepultados juntos.